A síndrome do final do ano.

O texto é meio antigo e um tanto quanto pessimista...parodiando a Dé, foi escrito "no calor do momento"rs.

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Eu não sei muito bem quando ela começou, acho que a desenvolvi há algum tempo, depois de eventos que não se parecem nem um pouco com a alegria, paz e pessoas vestidas de branco que aparecem no imaginário de qualquer um a quem se mencione a expressão “festas de fim de ano”. Deve ser algum carma, tipo quando a bruxa amaldiçoa a Bela Adormecida, ou algo assim.

Esses eventos não têm data específica para acontecer. Podem começar a se manifestar nessa época, alguns meses antes da grande celebração do final de mais um ciclo, ou apenas na véspera, com algo inesperado e nada agradável. Essa segunda opção, posso afirmar, é a mais desagradável. Vestido comprado, festa escolhida, ansiedade no limite e..... bum! Chega a notícia e leva tudo por água abaixo. Por isso, se é possível uma escolha desse tipo, eu prefiro quando o tempo começa a fechar com alguma antecedência. Assim, pelo menos, não há o elemento surpresa-estraga-festa e eu tenho a ilusão de que algo ainda pode ser feito ou me acostumar com a idéia de mais um final de ano totalmente fora do padrão novela das 8h de felicidade.

Mas não me entenda mal, eu não passo a véspera do natal nem do ano novo sozinha, chorando trancada no quarto. Eu comemoro, como a ceia de natal e vejo os fogos de artifício que celebram a chegada de mais um ano aonde quer que eu esteja. O problema é que sempre tem algo para incomodar. Algo que não combina com toda a alegria e esperança de tempo melhores que eu deveria estar sentindo. Corações partidos, incertezas sobre o futuro, acidentes que levam pessoas queridas.

Por isso eu desenvolvi a síndrome do final do ano. Quando esta época do ano chega, ao contrário da grande maioria das pessoas, eu fico extremamente apreensiva. Tento prever o que de ruim poderá acontecer, estudo o cenário e atualizo as previsões diariamente.

Este ano a síndrome do final do ano chegou cedo. Meu aniversário nem passou ainda e eu já estou ansiosíssima, tentando descobrir o que ainda me espera antes de 2009. Eu até tento racionalizar e controlar minha síndrome, mas por enquanto ainda não consegui. Veremos se ela confirma sua razão de ser esse ano. Se depender das bolsas de valores mundo afora, acho que vai.